quarta-feira, 25 de junho de 2008

De olhos bem abertos...

Tudo bem que o título desse post é nome de um filme, mas a bem da verdade é que não dava para ser outro. Primeiramente, como foram de São João? O meu foi sem muitas novidades. Aliás, muito parecido com o do ano passado e do ano retrasado, o que me causa uma sensação involuntária de mudança. Sim! Eu não suporto rotina. Por isso, meu bem, já defini que esse ano, se Deus quiser, vou passar o Natal e o Reveillon fora. O São João idem!
Não quero reptir histórias e cenas. Quero desenhar, com autenticidade, os momentos da minha vida. Estou aqui. Só observando. Calada. Recebendo notícias de pessoas queridas. Tive boas surpresas esses dias. Recebi mensagens carinhosas de pessoinhas que não vejo há muito tempo. E como é bom, viu? Adoro!
O maior pesar é a distância. Mas ainda bem que existem fotos, lembranças e a esperança de reencontro. O que seria da vida se não fossem os sonhos? Sou sonhadora ao extremo e realista idem. Ai meu Deus... contradição? Pode até ser. Mas, justifico isso de outra forma. Sonho em viver num mundo melhor, em conseguir meus objetivos profissionalmente e em querer evoluir. Sou realista com o meu presente. Não vejo tudo perfeito quando há imperfeições. Apenas isso. Mas também não deixo de idealizar o amanhã, porque se assim o fizesse estaria assinando minha carta de suicídio.
Por isso, vejo de olhos bem abertos o hoje. O amanhã? Chego a virar os olhos. Elenco o que quero lá na frente e traço estratégias para conseguir. Nem sempre obtenho êxito. Mas aí entra a lei da aceitação. "Foi bom assim, né? Nada acontece por acaso". ahahahaha.. Vá entender o ser humano.
Hoje acordei com cara de paisagem. E estou assim, até agora.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Tenho pensado sobre Augusto dos Anjos...

A primeira vez que ouvi falar sobre o escritor paraibano, Augusto dos Anjos, foi durante a aula de literatura, ministrada pelo professor bem-humorado, Paulo Monteiro, no Colégio Cândido Portinari. Lembro-me que apesar de não ter havido uma identificação imediata com os seus versos e prosas, nunca mais consegui apagá-lo da memória por ter escrito textos tão depressivos.

Aos 16 anos, me questionei como uma pessoa poderia ser tão "amarga" e triste. Aquele contexto parecia estar longe da minha rotina. Nessa época, confesso, vivia no meu mundo de Alice. Tudo era perfeito e suave. As pequenas diferenças passavam despercebidas e quando eram perceptíveis ao coração, conseguia dissipá-las com facilidade. Não tinha acesso ao mundo maniqueísta cruel. Apenas, aos dos contos históricos.

Mesmo assim, prestei muita atenção aos poemas de Augusto dos Anjos. Talvez, mera intuição. Hoje, sinto que temos muita afinidade. A melancolia dele parece com a minha. A forma de ver o mundo, idem. Claro, que com algumas singularidades. Ele não acreditava no amor. Eu acredito! Ele não acreditava na amizade. Acredito, mas com algumas ressalvas. Ele parecia morrer de tristeza. Também pareço muitas vezes. Mesmo quando por fora tudo parece perfeito. Máscara? Não. Uma forma para superar o que aqui dentro parece ser insuperável. Consciência de que nada é totalmente como pensamos e como queremos. Mas, a única certeza que tenho, além da morte, é que devemos sempre semear o nosso lado bom. Aqueles sentimentos ruins, ocasionados, em sua maioria, pelas nossas escolhas, devem ser marginalizados.

É duro. É difícil para um aquariana nata e que adora fazer justiça preferir "game over" do que ir até o fim com as suas convicções. Mas aprendi a recuar e a pesar as situações. Existem pessoas e pessoas. A boa parte delas não merece nem nosso tempo nem nossa inquietude. Elas, por si só, cavam a sua história. Por isso, peço a Deus diariamente sabedoria e força para não desviar meu foco nesta vida. "Senhor, fazei-me um instrumento de vossa paz". Apenas isso.

E tem mais: Deus tá vendo, né? risos... sempre ouvi isso quando criança e hoje procuro acreditar nisso também.

Segue a inspiração desse post - Augusto dos Anjos:

A DOR

Chama-se a Dor, e quando passa, enluta
E todo mundo que por ela passa
Há de beber a taça da cicuta
E há de beber até o fim da taça!

Há de beber, enxuto o olhar, enxuta
A face, e o travo há de sentir, e a ameaça
Amarga dessa desgraçada fruta
Que é a fruta amargosa da Desgraça!

E quando o mundo todo paralisa
E quando a multidão toda agoniza,
Ela, inda altiva, ela, inda o olhar sereno

De agonizante multidão rodeada,
Derrama em cada boca envenenada
Mais uma gota do fatal veneno!


Idealismo

Falas de amor, e eu ouço tudo e calo
O amor na Humanidade é uma mentira.
É. E é por isto que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.

O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!
Quando, se o amor que a Humanidade inspira
É o amor do sibarita e da hetaíra,
De Messalina e de Sardanapalo?

Pois é mister que, para o amor sagrado,
O mundo fique imaterializado
— Alavanca desviada do seu fulcro —
E haja só amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira,
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!

Augusto dos Anjos

domingo, 15 de junho de 2008

É problema? Então resolva!

Mente cansada. Coração tranqüilo. A semana foi super corrida. Mal tive tempo de suprir necessidades básicas. Acordei às 6 e fui dormir às 23 horas. Sobrevivi. Sempre soube que depois da "tempestade" vem a calmaria. E, dessa vez, parece que exagerei nas doses de maracujina. Brincadeiras à parte, a verdade é que está tudo calmo por aqui, porque fiz algumas escolhas.

Uma professora e psicóloga da pós disse em sala de aula para uns 60 alunos que tudo que nos angústia todos os dias não é angústia. É problema. E todo problema deve ser solucionado. Apesar dela ter dito para toda a turma, parecia que ela estava falando para mim. Isso porque, enquanto ela falava sobre o indivíduo nas organizações, a partir de uma perspectiva psíquica, a minha mente estava pegando fogo. E o meu coração aflito. Crescer dói. Sempre disse isso e acho que permanecerei com esse discurso por algum tempo.

E quando ela disse que todo o problema tem que ser resolvido só fez reforçar uma atitude que tinha tomado há um mês, mas que ainda não tinha tido um desfecho prático. Pois bem. Reforcei a minha decisão - viva o livre-arbítrio e o direito de ir e vir - e hoje me sinto liberta. Feliz. Tranqüila.
Não há nada pior do que você ir contra seus princípios, seja lá qual for o motivo. Ninguém pode tirar nosso sono e muito menos a nossa moral. O mundo pode desabar, mas não deixarei que abusem do meu senso de responsabilidade. E eis que dou de cara, novamente, com a indiferença. Revolta! Mas o sol saiu mais uma vez. Amanhã? Vou acordar tarde. Escrever. Trabalhar. Realizar sonhos e sonhar.

domingo, 1 de junho de 2008

"Tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha..."

hahahahahaha
"Saudade no tempo certo, né?" ahahhaha Na boa, essa música pode ser até nível nenhum, mas que é boa para dançar isso ela é. Estou tão atarefada e assumindo tantas responsabilidades - trabalho, trabalho e trabalho -, além da pós, que estou literalmente atolada. Mas nada melhor do que o tempo. Antigamente, quando estava correndo contra ele me fechava para o mundo enquanto não resolvesse tais pendências.

Mas com a "maturidade" começo a perceber que não preciso anular tudo ao meu redor por causa disso. É preciso planejar (sim e para tudo na vida!) e ficar ao redor de pessoas queridas para ter ainda mais ânimo para cumprir as tarefas. E foi o que aconteceu ontem. Eu e Queridão fizemos um jantarzinho simpático para amigos de longas datas - Léo, Simone e Bessa - e aproveitamos para matar as saudades, papear desnudos de critérios e ainda jogamos Interpol e Uno. Foi super divertido! Além, é claro, de assistirmos o final da novela...

E por falar nisso, adorei o "the end", porque sou adepta ao perdão e ao final feliz. Torci para que Maria Paula e Ferraço ficassem juntos, quando percebi que ele estava disposto a mudar e analisando a sua história de vida. Ahhh... como nossa infância é importante! Posso dizer que fui uma criança feliz. Mas, hoje, trago algumas feridas "que com o tempo fingem parar de doer", citando Pedro Pondé, da antiga Scambo. Nas minhas análises, sem fundamentação teórica, mas sim pragmáticas, percebo que o sofrimento social é hereditário. Já fiz um post imenso sobre isso no blog passado, mas acho que preciso voltar a falar sobre isso. Até porque, estou tendo uma disciplina na pós que me mostra diariamente como isso tem um fundo de verdade: psicologia. Nossa... fico com a cabeça a mil.

Pensando, pensando e pensando. Às vezes, acho que vou ficar falando sozinha. Outras, choro.
A reflexão sobre a angústia humana mexe com o meu psiquê - estou super metida, aprendi essa palavra e não a largo mais... ahahhaha. Mas brincadeiras à parte, os estudos de Freud e sua psicanálise são reveladores, sim. E quando começo a trazê-los para a minha realidade tenho a sensação de que vou pirar. Mas, ao mesmo tempo, começo a desfragmentar e solidificar essa "teoria" que tenho sobre a hereditariedade do sofrimento.
Depois escreverei um post sobre isso. Quero refletir isso aqui.

No mais é isso...
Vamos caminhando que a vida é longa e fazendo escolhas. Agora, por exemplo, ou termino um artigo da pós ou de nada valerá tanto esforço para fazê-la.

Um beijo super querido.
E não sofram. Pensem pouco.