quinta-feira, 30 de julho de 2009

"E quando vejo o mar existe algo que diz que a vida continua e se entregar é uma bobagem..."

Engraçado como somos, de fato, os donos das nossas próprias escolhas. Ontem, cheguei cedo ao congresso que aconteceu no Hotel Pestana e, ao invés de ficar sentada numa daquelas cadeiras solitárias, resolvi dar uma volta pelo local, mesmo sozinha. De reprente, encontrei uma porta aberta e um barulho forte. Resolvi entrar para ver o que era. E lá encontro: um mar revolto, verde-azul com pedras ao seu redor. O visual era tão interessante e simbólico que resolvi sentar ali mesmo, no chão. Fiquei totalmente hipnotizada com o balanço das ondas. Nossa.. fui até a infância e voltei. Senti uma paz interior que me trouxe à tona um monte de questionamentos que tenho me feito nesses 26 anos de vida. Obtive algumas respostas, outras se dissiparam naquele silêncio. Foram 40 minutos de contemplação. Parecia que estava fora da Terra e em outra atmosfera. A sensação mais marcante que tive foi a liberdade. Como é bom ser livre. Como é bom agir com o coração. E nesse resgate de memória lembrei de Boipeba, uma viagem que fiz com uma grande amiga minha Paty. Nossa... no auge da faculdade. Sem compromisso, sem responsabilidade. O mar de Boipeba para mim será sempre inesquecível. Tomamos banho de mar à noite e a lua parecia querer falar com a gente. Recomendo a todos. Vale a pena.
A imagem do mar também me fez lembrar dos meus medos. Dos meus receios. Das minhas dores. E com aquele turbilhão de paz consegui pontuar e fazer uma faxina interna. Coloquei cada item na prateleira certa. A vontade que tive foi de tomar um banho daqueles. Ficar horas e horas boiando naquelas águas. Resgatei, ainda, que aqui perto de casa também há um mar lindo e atraente, que pouco vou visitá-lo. Preciso ir mais vezes às areias de Piatã. O que senti ontem quero sentir mais vezes. Flutuei em meus pensamentos. Naveguei pelas minhas lembranças e senti saudade. Foi então que chorei. Afinal, as lágrimas são a materialização dos nossos sentimentos. O Congresso, sem dúvida, teve um novo sabor para mim. Muito mais do que lingüística, esse evento trouxe para a minha realidade a importância de valorizar a natureza. O infinito do mar me fez enxergar, ainda, que podemos ser o que quisermos. A nossa essência não é limitada. Não é mensurável e pontual. Hoje acordei mais leve e desejando que chegue logo sábado. Quero me esbaldar naquelas águas salgadas.

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