domingo, 25 de janeiro de 2009

"Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável"

Não consigo imaginar a felicidade sem o amor-próprio. Eles andam juntos. Para sermos felizes, a meu ver, é preciso respeitar a nós mesmos e as nossas vontades. O texto de Charles Chaplin, que postarei logo abaixo, consegue detalhar meus pensamentos de forma singular e pragmática. É exatamente isso que penso sobre esse tema. E depois que aprendi a dizer não e a aceitar as minhas inquietudes comecei a enxergar a vida sob uma nova ótica. Quantas vezes, deixei de ser eu mesma para agradar fulano, cicrano e beltrano? E para quê? Para integrar uma convenção social cheia de falso moralismo? Por tudo isso, hoje posso dizer que sou eu mesma e quando me sinto coagida e não sigo com a minha verdade, fico de mau-humor e meu corpo inteiro fala. Demonstro com facilidade o que gosto e não gosto. O que quero e não quero. Confesso que, ao mesmo tempo, atraio olhares desagradáveis. Sei que muitos criaram uma opinião formada a meu respeito, mas é o preço que pago para ser feliz, comigo mesma. Depois que você aprende que não vale a pena agir de forma contrária aos seus princípios para agradar outrem, você consegue assumir as conseqüências dos seus atos sem um recheio de culpa. Essa, por sua vez, para mim é a grande vilã da mente humana. O sentimento de culpa é que estimula a nossa covardia. "Não, não vou respeitar meu amor-próprio, porque talvez me arrependa, talvez o outro não entenda, sabe? E daí prefiro agradar a ele do que a mim mesma". Parece que tudo isso que estou escrevendo é egoísmo extremo. E, assim como Chaplin, "minha razão chamou isso de egoísmo, mas hoje eu sei que é amor-próprio". 

E amor-próprio consiste no simples fato de você não deixar ninguém lhe colocar para baixo ou subestimar a sua capacidade. É você amar, sem integrar o grupo das Mulheres que Amam Demais. Aquelas que amam muito o parceiro a ponto de jogarem pela janela seu amor-próprio. Aquelas que amam tanto o companheiro a ponto de aceitar qualquer atitude dele sem, se quer, preservar a sua moral e o seu valor. Não. Não dá. Amor-próprio não se vende e nem se compra. Ele está aqui dentro de nós. Por isso, basta olhar para si mesmo e enxergar o quanto você é importante e especial. Clarice Lispector também aborda isso. "O que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesmo". E quando desistimos de nós mesmos é sinal de que não temos amor-próprio. Precisamos cuidar do nosso jardim diariamente. Somos o que comemos, o que falamos, o que pensamos. 

Cada um tem seu valor e, para mim, cada um é um só. Somos insubstituíveis. Temos valores que nenhuma outra pessoa tem. Isso porque, a experiência individual é sujeita a diversas interpretações e as percepções mudam. Por isso, o amor-próprio é peça fundamental para uma vida feliz e saudável. A ausência desse amor-próprio é bastante comum na sociedade. Não é à toa que aumenta o número de pessoas depressivas e que buscam na morte a solução para sua infelicidade. O amor-próprio deve ser regado dia após dia  e, se alguém insistir em lhe tirar ele, aja. Valorize-se. O texto de Chaplin é um bálsamo para atiçar o próprio amor. Leiam: 


 QUANDO ME AMEI DE VERDADE  

Quando me amei de verdade, pude compreender que em 
qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na 
hora certa. Então pude relaxar. 

Quando me amei de verdade, pude perceber que o 
sofrimento emocional é um sinal de que estou indo contra 
a minha verdade. 

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha 
vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que 
aconteceu contribuiu para o meu crescimento. 

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é 
ofensivo tentar forçar alguma coisa ou alguém que ainda 
não está preparado, inclusive eu mesmo. 

Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo 
que não fosse saudável. Isso quer dizer: pessoas, 
tarefas, crenças e qualquer coisa que me pusesse pra 
baixo. Minha razão chamou isso de egoísmo. 

Mas hoje eu sei que é amor-próprio. 

Quando me amei de verdade, deixei de temer meu tempo 
livre e desisti de fazer planos. Hoje faço o que acho 
certo e no meu próprio ritmo. 

Como isso é bom! 

Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre 
razão, e com isso errei muito menos vezes. 

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o 
passado e de me preocupar com o futuro. 

Isso me mantém no presente, que é onde a vida acontece. 

Quando me amei de verdade, percebi que a minha mente 
pode me atormentar e me decepcionar. 

Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração ela se 
torna uma grande e valiosa aliada.


Indicação de livros sobre o tema: 

Título: Para de Se Maltratar - Uma História Sobre o Amor-próprio
Autor: Melody Beattie

Título: Etica Como Amor-proprio
Autor: Fernando Savater

2 comentários:

Hilton Souza disse...

Perfeito esse novo formato... muito bom mesmo!

Vou continuar visitando, rsrrs

Rafaela Manzo disse...

Amei o novo formato do seu blog, amiga. Tão a sua cara. Lindo, limpo. Adoro o seu ímpeto de reformar as coisas, mexer na casa, tirar o que não serve mais e partir para o novo. Essas vidas nossas são muito entrelaçadas. Às vezes eu leio seu blog, começo a sorrir sozinha e nem consigo comentar. Se a gente fosse irmã de sangue talvez não parecesse tanto, né? Até as fases, os cilos, os pontos de trânsito de mudança acontecem em tempos parecidos...
Quero MUITO as receitas do Spa Salute! Vou fazer um livro com receitas assim. Manda pra mim?
Beijo!