terça-feira, 27 de maio de 2008

O grande (re) encontro

Quem me conhece sabe que sou uma pessoa revoltada. Acho que por ser de aquário, sonhadora, idealista e, muitas vezes, pragmática termino recebendo esse estigma. E até já aceitei, confesso. Mas, ao mesmo tempo, essa minha revolta me estimula a praticar o bem. Sabe por quê? Fico revoltada, sim, quando vejo injustiça; com falso moralismo; com pessoas covardes; com pessoas que agem de má fé e são de caráter duvidoso; com a política do país e com mais 1.522 motivos... Muito do que foi citado acima incomoda boa parte da população, mas em mim o impacto é o mesmo de quem se sentiu lesado. E aí vc já sabe, né? Opino, falo mesmo o que penso sem medo de expor. Claro que devem falar e muito disso, mas quando crescemos começamos a perceber que as pessoas vão falar de você sempre. De qualquer forma. Por isso, procurei deixar minha auto-estima em dia. É o que tenho feito. E tem mais: só levo a sério quando percebo que é uma visão crítica e que possa me acrescentar algo. Fora isso, dou uma boa peneirada em tudo que ouço. Tenho medo das pessoas. Aliás, de algumas tenho pavor. Fobia!


O interessante disso tudo que resolvi abordar no blog é perceber dentro de mim mesma que a nossa essência é o nosso bem mais precioso. Quando Pitty canta "o importante é ser você, mesmo que seja estranho", eu não só canto com ela, como levanto a mão para cima de felicidade. Visto a carapuça mesmo! Até porque o que é ser estranho?


Mas aquando eu disse acima que graças a Deus o que é nosso ninguém tira - a nossa índole, honestidade, respeito e seriedade, por exemplo - eu quis destacar a importância de valorizarmos quem somos e o que temos de melhor. Digo isso, porque andei um período um tanto quanto depressiva. Sim. Minha alegria andou no grau - 25º, depois de tantas decepções em minhas relações sociais. Fechei meu coração para o mundo. Redobrei a minha atenção com as pessoas próximas, refiz a minha lista de amigos e cheguei a sentir vergonha da minha categoria.


Nesse momento em que estive enfurnada em meu casulo consegui resgatar o que já citei como mais valioso: a minha essência. Aquela mulher otimista, feliz, que chora com a dor do outro, que sonha o sonho do outro e é defensora dos injustiçados está de volta. Graças a Deus! O termômetro sofreu um aquecida impressionante. Não precisei tomar remédio e nem fazer análise, apesar de saber que preciso cuidar da minha cabeça. Mas pedi ajuda espiritual, me apeguei as pessoas que me amam, ao meu marido tão querido, que é carne e unha, alma gêmea, ao meu pai e também a esperança de dias melhores.

E sabe qual conclusão cheguei? Posso encontrar milhares de pessoas ruins, amargas e que façam questão de mostrar poder que sei que vou agir da mesma forma que sou. Acredito em relações humanizadas e até românticas, mas sem tirar o pé do chão. Acredito no amor incondicional e em conto de fadas. Acredito na vida, porque posso senti-la. E agradeço a Deus por isso. Acredito que nada acontece por acaso. Acredito que sou fortaleza em qualquer tempestade. Acredito que tenho sabedoria suficiente para saber o momento de recuar e seguir. Acredito que posso recosturar feridas, porque tudo passa.

Tive a possibilidade de me reencontrar, quando achei que já não tinha mais essa possibilidade. Chequei a não me reconhecer, muitas vezes, porque criei uma armadura para sobreviver sem dor. Mas, parafraseando Carlos Drummond de Andrade, "a dor é inevitável. O sofrimento é opcional".

Nenhum comentário: