O viés que me instiga a escrever sobre isso remete à necessidade que as pessoas têm em "aparecer" na mídia para massagear seu ego e, com isso, "dormir em paz". Trabalhando nessa área há sete anos, (sim, desde o primeiro semestre de faculdade consegui estagiar no ramo e não parei mais, graças a Deus) é transparente a relação de simbiose entre as pessoas (fontes ou não) e a mídia. Há uma louca necessidade de sair nos jornais. E isso me irrita demais! Quando as pessoas sabem que eu trabalho com comunicação organizacional e relacionamento com a imprensa elas tendem a me consultar e pedir estratégias para sair na imprensa. Pode? Como isso me irrita...
Mas o ápice da minha angústia sobre isso é quando vejo "artistas" (ou pseudo artistas) usando a ação social como artifício de divulgação e associação de imagem. Tem um cantor de uma bandinha aí que vou lhe dizer... só em ouvi-lo cantar tenho pavor. Para mim, ele é um fake total e oportunista. Adora pongar em campanhas sociais para acionar sua assessoria de imprensa e, em seguida, descumprir um acordo firmado para a sua participação na instituição. Rapaz... isso me deixa P da vida. Acredito que só cresce na vida quem é bom. Quem trabalha de coração aberto. Quando algum cliente chega para mim dizendo que conseguiu fechar uma parceria com tal artista, pergunto (já sabendo a resposta) qual a contrapartida. Quando ouço a palavra mídia, chego a ficar arrepiada. Mas meu trabalho é justamente esse. Hoje, não me vejo apenas como assessora de comunicação. Mas sim, como educadora. O tempo todo precisamos educar os empresários e criar uma cultura sobre a importância da comunicação nas organizações. Não dá para compactuar com esse mercado.
Por isso, começo a perceber que a vaidade humana é tão traiçoeira quanto a ambição. Quanto mais você tem, mais você quer. E quanto maior a altura, maior o tombo. Mas isso tudo me faz repensar também. Se isso me incomoda tanto é porque chego a ser tão vaidosa quanto o dito cujo. Sei lá... mas minha mãe sempre diz que quando uma coisa incomoda muito no outro é porque é um defeito nosso também. E como disse François La Rochefoucauld, "a vaidade dos outros nos é insuportável, pois ofende a nossa". E é verdade mesmo. Também sou vaidosa, confesso, mas jamais usaria problemas sociais para me auto promover. Aí é abusar da boa fé das pessoas e ter o Rei na barriga. E como bem disse Luciano, da banda Mosiah, "... tem que tirar o rei de dentro da barriga, por quê? Barriga é feita para comida. Cadê? Comida dentro da barriga?"
No mais é isso...
Preciso trabalhar a minha vaidade. Enquanto isso, continuo me irritando...
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