quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Recém-casados, recém-brigados?

Esse é o título de um programa da TV americana, que traz o desabafo de maridos e esposas sobre o dia-a-dia do casamento. São jovens que acabaram de se casar (dois anos, no máximo) e que contam as suas decepções com o convívio diário. E essa atração me fez pensar em mim, em Thi e em nosso casamento.  Como diz Renato Russo, "enquanto a vida vai e vem você procura achar alguém que um dia possa lhe dizer quero ficar só com você". E é verdade, mesmo.  Passamos a vida inteira procurando "a tampa da panela", a cara-metade, a alma gêmea. E quando encontramos, além do friorizinho na barriga e a levantada de perna durante um beijo, desejamos oficializar essa união. Damos vazão - principalmente, nós mulheres - ao imaginário infantil da Igreja, do vestido de noiva e da troca de alianças. Aqui em casa foi um pouco diferente. Thi foi quem insistiu para fazermos uma cerimônia tradicional. Como me considero uma mulher à frente do meu tempo, poderia ter casado sem ser na Igreja. Queria que tivesse sido na praia, com vestido leve e sem véu. Mas, confesso, que amei o resultado do casamento na Igreja e, graças a Deus, Queridão insistiu. Valeu a pena! 

Mas voltanto ao programa de TV, sei exatamente o que os casais abordam ali. De fato, a convivência a dois é difícil. E agora entendo porque as pessoas mais velhas temem que nós, jovens, casemos cedo. Normalmente, vem com um discurso pronto, dizendo que é para esperar mais, que é preciso curtir a vida primeiro. Concordo em partes. Acho sim, que antes de casar devemos curtir muito, se aventurar, quebrar a cara e também amar e desamar. Faz parte do processo de amadurecimento. Mas, para mim, "o curtir a vida" não é o ponto primordial de quem vai subir ao altar, mas sim, as diferenças do casal. Se qualquer amiga minha casar hoje, serei categórica: "amiga, more junto primeiro, conheça os hábitos, a cultura, a base familiar". Eu e Queridão tivemos dois meses morando praticamente juntos, mas depois que nos casamos, de fato, percebemos que aquela convivência ainda sim foi superficial. Superficial, porque estávamos movidos e ansiosos com o casamento. Superficial, porque as responsabilidades domésticas eram divididas com nossos pais. Superficial, porque cedíamos mais do que hoje. Com a troca de alianças, tivemos que encarar, definitivamente, a vida adulta. Contas, água, luz, telefone, supermercado, pós e outras coisitas más. Daí vem a cobrança dos filhos. Não agüento mais falar sobre isso. Essa fase, sim, só irei experimentá-la quando me sentir preparada. Ainda é cedo. Quero ser mãe com toda pompa (kkkk) e, para isso, estamos ralando e muito. 

Temos sorte de termos um relacionamento sincero e sem preocupações extra-conjugais. Somos tranqüilos quanto a isso, mas, é claro, somos diferentes. Fomos criados de formas diferentes e é nesse ponto que, muitas vezes, empacamos. Ceder. Esse é o verbo de ordem de quem casa e, nem sempre, estamos a fim. Com um pensamento extremamente feminista (sim, eu defendo as mulheres, rsrsrs), costumo dizer que o nosso marido é aquele irmão "pentelho". Aquele irmão que amamos, que queremos um bem enorme, que nos preocupamos. Mas aquele irmão que disputa o controle da TV, que pede para você cortar o cabelo das axilas, que consome os seus produtos light/diet sem fazer regime, que diz durante as compras que não quer nada, mas é o primeiro a comer tudo, que baixa jogos no computador até ele quebrar, que pede para você marcar consultas médicas, enfim. Eu tenho um irmão e tem horas que olho para Thi e vejo: "oh my god. Marcelo está de volta!" hahahahahaha

Eu brinco assim, mas eu gosto. São essas diferenças que movimentam a nossa relação. E eu tb não sou fácil, viu? Sou mimada, reclamona, gulosa, ansiosa, temperamental e acordo mal-humorada. Conclusão da história? Coitado de Thi. hahahahahaa Na verdade, o casamento é isso. Uma grande troca de costumes com pitadas de amor e prazer. Com momentos de tristeza e revolta. Com períodos de paixão ardente e solidão. O casamento é um grande parque de diversões recheados de brinquedos cheios de adrenalina. O casamento é brincadeira sim, mas de gente grande. Se estou arrependida? Jamais. Acho que foi a decisão mais acertada e a mais emocionante de todas. Enquanto existir amor, sempre valerá a pena. 

Um comentário:

Thiago Monteiro disse...

Ohh meu amor!!! Você só não é mais linda pq é só uma.. Realmente concordo com as coisas que você disse, mas você é melhor que descrita em suas palavras. A mulher da minha vida!!! TE AMOOOO