quinta-feira, 20 de novembro de 2008

"O dinheiro não traz felicidade para quem não sabe o que fazer com ele" (Machado de Assis)

Quando era pequena e até mesmo adolescente não pensava muito em dinheiro. Aliás, minha relação com ele sempre foi de liberdade. "Trabalhei, ganhei e gastei". Talvez por isso, tive tanta dificuldade para entender o quanto ele é importante para uma vida mais tranqüila. Quero dizer com isso que o dinheiro, para mim, não traz a felicidade plena, mas traz uma estabilidade capaz de deixar nossos corações aliviados (daí a felicidade). Imagine não ter dinheiro para as necessidades básicas? Sei que milhares de brasileiros passam por isso. Com a crise mundial, o dinheiro voltou a ser tema central nas conversas aleatórias, nas filas do banco (lugar ideal... kkkk), nos jornais e com a família. Alguns, vivem por dinheiro. Outros, morrem. Eu, graças a Deus, não estou inserida nesses extremos. Gosto de dinheiro suado e só hoje aprendi a economizar. Só gasto o estritamente necessário e aprendi com meu pai que é preciso deixar o supérfulo de lado para colher algo mais sólido lá na frente. 

Sei que algumas culturas reforçam o capitalismo extremo e tudo se resume em $$$$$. Deus me livre, mas preferia morrer do que viver assim. Quem nunca desejou ter muito dinheiro para fazer tudo o que quisesse, atire a primeira pedra. Mas com o tempo percebi que quanto mais rico, mais ridículo. As pessoas esquecem de que é preciso cuidar da mente. É preciso ter sabedoria e cautela. Eu, por exemplo, não sei se queria ganhar na loteria. Acho que ficaria "louca" ou subiria para a cabeça. Da noite para o dia ficar rica? Confesso, que não está nos meus planos isso. Não é falsa modéstia, mas reconheço que dessa forma seria mais uma rica sem noção na multidão. Por isso, quero ter saúde e força para trabalhar muito e, aí sim, construir uma vida mais confortável. Acho que dessa forma terei tempo hábil para amadurecer minha relação com o dinheiro. Quantas pessoas ricas você conhece e quantas tomam calmantes e anti depressivos? Putz... basta abrir as páginas das revistas de celebridades. 

Tem algo mais fútil do que comprar um sapato de R$ 15 mil? Gente, pelo amor de Deus. É muita soberba. Alguém precisa de um sapato de R$ 15 mil para ir a uma festa? Ninguém. É dar muita vazão à própria vaidade. Tiazinha (lembram da Suzana Alves?) disse uma vez que quando estava no auge da sua carreira chegou a comprar um sapato de R$ 15 mil e esse foi o seu maior arrependimento. Isso porque, logo em seguida a carreira foi por água abaixo e precisou vender não só o sapato (dessa vez, bem desvalorizado) como a própria casa estimada em R$ 1 milhão. Ela foi apenas uma que teve a coragem de dizer abertamente que exagerou e que deveria ter agido de outra maneira. Sei que cada um tem o direito de fazer o que quiser, principalmente com o seu dinheiro, mas também é preciso assumir as conseqüências disso (conheço cada história cabeluda de gente que um dia estava lá em cima e hoje estão na pior... Deus é mais!). 

O mesmo ocorreu dia desses assistindo ao programa Dr. Hollywood da Rede TV! Gente, o que é aquele cirurgião? Ele é brasileiro e atende as celebridades dos EUA no seu mega-hiper-luxuoso consultório em Los Angeles - lugar onde só se respira dinheiro, moda, status e vaidade. Lá, as pessoas só pensam em "ter". É impressionante. Todos os realities que têm como cenário LA são repletos de ganância, falso poder e, é claro, dinheiro. O desse Dr não é diferente. Num episódio recente, ele contou que ganhava 80 dólares por mês aqui no Brasil. Hoje, nos EUA, ele tem uma casa de 18 milhões de dólares. Só a mesa da sala dele custou 60 mil dólares. A cozinha que, segundo ele já estava pronta, foi reformada recentemente. Quando ele gastou? 1 milhão de dólares. A casa tem elevador, mas ele se quer sabe usar (ele mesmo disse isso). No banheiro, há frigobar. Ele faz o número 1 ou número 2 tomando coca-cola? Que nojo! Além disso, ele revelou que usa mais de 30 tipos de cremes para cuidar da imagem e só usa paletó Versace. Sua paixão? Gravatas! O mais interessante que achei nesse relato foi o kit sobrevivência que ele tem em caso de emergência em casa. Ele disse que em Los Angeles há muito terremoto e chuvas "pesadas", por isso mantém um armário com uma tonelada de alimentos enlatados. 

Fiquei horrorizada com a vida desse Dr e, Deus que me perdoe, não quero passar por isso nenhum dia. Acho que deve ser uma provação pior do que passar fome. É ser muito sem noção, "babaca" e supérfulo. Imagine me preocupar em reformar uma cozinha por 1 milhão de dólares? Será que não existe algo mais produtivo para gastar esse dinheiro? O mundo é mesmo louco. Enquanto um cara desses tem muito, outros não têm nada. Não tiro o mérito dele, não. Estudou, ralou e conseguiu "subir na vida". Mas é preciso ficar atento as conseqüências disso, aos nossos valores morais. Deus me ajude a não deixar o dinheiro falar mais alto do que a minha sã consciência. E, se algum dia ganhar muito dinheiro e ficar assim, como esse Dr, por favor, me internem. 

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